JLO E O BALANÇO DO SEU PRIMEIRO ANO

26 de Setembro de 2018

Não há dúvidas que muito aconteceu desde que JLo assumiu a Presidência da República. Quanto ao saldo do combate a corrupção que decretou, pode-se dizer que o país vive um clima de pânico desde que Zenú dos Santos entrou na cadeia (ainda que preventivamente). Um pânico generalizado que tirou o sono de novos e antigos governantes e gestores públicos. Cada um se vê como o próximo a ser "convocado" a cadeia. Mas também é verdade o que Lindo Bernardo Tito e David Mendes defenderam no debate de terça-feira na TVZimbo. Muito já podia ter sido feito no dominio social. É falacioso o argumento segundo o qual, num ano JLO não pode fazer muita coisa; que é cedo para isso. Que eu saiba a fome e a miséria não dão tréguas esperando por quem decida erradicá-los.
Logo nos primeiros meses do seu mandato, JLO podia ter aprovado um PLANO DE EMERGÊNCIA NACIONAL que consistiria em debelar a crise atacando três áreas fundamentais com medidas urgentes, a saber (1) Saúde, (2) Educação, e (3) Economia. E tudo passaria por não permitir a aprovação do OGE de 2018 tal como foi aprovado. Nisto deu-se a falha redonda de JLO que impediu de começar já por atacar os males mais graves da sociedade.
Depender de um Plano Nacional de Desenvolvimento é desatroso para o seu mandato. Não tem como apontar resultados satisfatórios em menos de 2 anos. É um plano que pode dar sinais encorajadores no médio prazo e dar resultados no longo prazo. O povo não vai querer esperar por tanto tempo. Não há paciência para aturar a miséria que esfola milhares de angolanos.
Se há alguma paciência, essa é alimentada pela euforia das detenções contra os alegados corruptos: Ainda assim, essa medida tende a ser suspensa pelos perigos que faz adivinhar para a coesão interna do partido. Nos anos 80 o processo 105 conhecido como processo "kamanga" acabou arquivado quando se descobriu que figuras ligadas ao poder estavam envolvidas no tráfico ilícito de diamantes de que inicialmente eram apenas acusados os "magnatas" daquele tempo. Pode acontecer o mesmo. Que alguns dos acusados acabam revelendo uma teia de cúmplices que chegue a envolver gente que decide o rumo dos acontecimentos actuais do país. Já que em rigor ninguém escapa dos crimes de corrupção. Se o processo de detenções frenar sem sinais evidentes de melhorias sociais, a paciência poderá esfumar-se e ai terá de surgir novas ideias para manter o entusiasmo daqueles que acreditam em momentos de mudanças efectivas!

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